CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO NAS RAZÕES ETERNAS EM TOMÁS DE AQUINO: DUAS LEITURAS
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v48n151p327/2021Resumo
O artigo analisa duas leituras sobre o papel da noção de participação em nosso conhecimento das razões eternas de Deus, de acordo com Tomás de Aquino. O texto parte da noção de participação presente na Summa theologiae (STh. Ia q. 84, a. 5) e depois se confronta com as leituras de Cornelio Fabro e Lima Vaz. Ambos admitem uma via platonica constitutiva da noção de participação para nosso acesso às razões eternas. Argumenta-se que a leitura de Lima Vaz alcança uma maior inteligibilidade da postura de Tomás de Aquino ao repensar a própria estrutura metódica da metafísica. Lima Vaz, ao contrário de Fabro, reconhece um círculo de compreensão do Absoluto que permaneceu irrefletido em Tomás de Aquino. Por fim, são extraídas algumas consequências de um breve confronto com as duas leituras, na tentativa de propor uma perspectiva hermenêutica na dialética da participação.