COMPAIXÃO E POTENCIALIDADE INFINITAS: RESSIGNIFICANDO O CONCEITO DE “ONIPOTÊNCIA” DIVINA
DOI:
https://doi.org/10.20911/21768757v50n3p491/2018Resumo
Partindo do pressuposto de que o conceito de “onipotência” divina foi capturado pela Modernidade no intuito de fundamentar o domínio do sujeito pensante sobre tudo quanto existe, a intenção nossa é ressignificá-lo em diálogo com o teólogo franciscano Duns Scotus. Duas de suas proposições, entre outras, resultam particularmente relevantes no tocante ao objetivo que nos propomos: Deus como potencialização da liberdade e a univocidade do ente. “Compaixão e potencialidade infinitas” emergem, no bojo da ressignificação da onipotência divina, como traços distintivos do Criador. Destacamos, portanto, duas de suas dimensões características, promessa e cuidado, expressas por duas atitudes fundamentais no ato mesmo de criar: “atrair a partir de dentro” a história e a Criação à plenitude prometida e “deixar ser” como desejo de intimidade dialógica. Ao final, concluíÂmos que o único poder que se autojustifica é aquele que eclode a partir de dentro porque gerado na fraqueza.
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