As raízes da modernidade e a retomada da metafísica do esse: Lima Vaz propõe Aquino
Resumo
O paradigma da subjetividade institui o pensamento moderno como inversão radical da filosofia até a sua época e, portanto, a passagem do regime gnosiológico do esse para o regime gnosiológico da representação. Segundo Henrique Cláudio de Lima Vaz, as raízes desse movimento de imanentização do pensamento remontam à segunda metade do século XIII, iniciando esse itinerário de negação da metafísica enquanto instância fontal da filosofia, que perdura até os nossos dias. A este desafio da modernidade à razão, o filósofo brasileiro propõe o retorno à Metafísica do esse tal como pensada por Tomás de Aquino, numa interpretação que explicita as possibilidades da síntese tomasiana no âmbito gnosiológico. Intentamos neste trabalho a análise do alcance dessa proposta a partir de sua intuição fundamental da necessidade de retorno da metafísica. Para tanto, a leitura crítica de Raízes da Modernidade, como modo de explicitação da doutrina tomasiana, apresentará a perspectiva vaziana como uma possibilidade viva de retornar à filosofia sua fonte metafísica e, portanto, como portadora de grande valor para pensar os desafios presentes postos ao estatuto epistemológico da filosofia.
Palavras-chave: Metafísica do Esse. Lima Vaz. Tomás de Aquino. Modernidade. Gnosiologia.