Décadence, Vontade de Potência e a Crítica a Wagner no Pensamento de Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.20911/25260782v10n1p29/2025Resumo
Nietzsche critica a Modernidade devido à decadência cultural enxergada por ele, que posteriormente o levará à concepção do niilismo. A unificação alemã, liderada por Otto von Bismarck, é um dos diversos fatores que corrobora para a disseminação da ideia de décadence, conceito central utilizado na crítica nietzscheana à Alemanha. Por sua vez, Bismarck se junta a Wagner – antes uma inspiração para Nietzsche – e cria um projeto cultural voltado à industrialização do recém-formado país, que, naquela época, chega a um dos seus auges na posterior Segunda Revolução Industrial. A cultura, que antes era prestigiada por alemães aristocráticos, por meio de conceitos como Bildung (formação intelectual e de caráter voltada aos nobres), passa a ser uma cultura da máquina, na qual sua única função é descansar os operários para que eles produzam no dia seguinte. Nesse contexto, ocorre à crítica de Nietzsche às obras de Wagner. O objetivo dessa pesquisa é analisar essas condenações tanto a Wagner quanto a Bismarck. Para isso, foram feitas leituras pormenorizadas, principalmente, dos livros Nietzsche contra Wagner e O caso Wagner, além de outras obras produzidas no mesmo ano pelo autor: Ecce Homo e Crepúsculo dos Ídolos. Essas obras têm uma ligação profunda entre seus temas, sendo consenso, entre os pesquisadores do autor, analisá-las em seu conjunto. Conclui-se que o conceito de décadence é um dos mais importantes na fase final do pensamento nietzscheano, se tornando necessário o seu estudo para entender sua crítica feita à cultura da Alemanha de seu tempo.
Palavras chave: décadence. Cultura da máquina. Modernidade. Niilismo.