Morte de Deus em Nietzsche, a persistência e ressignificação de deus(es)
DOI:
https://doi.org/10.20911/25260782v10n1p126/2025Resumo
A “morte de Deus” em Nietzsche é uma das ideias mais provocativas e centrais em sua filosofia. Ela simboliza o declínio da influência da religião e dos valores cristãos na sociedade ocidental. Objetivamos demonstrar que o discurso da “morte de Deus” em Nietzsche não representou o início do fim de Deus, fundamento último e metafísico que serviu de sustentação para o mundo Ocidental, do contrário, demonstraremos que houve uma persistência dos deuses, houve uma ressignificação da figura de alteridade de Deus, o que marca a religiosidade atualmente. Pois, a proclamação “Deus está morto” não deve ser entendida literalmente, mas como uma metáfora para a perda de fé em uma verdade universal e imutável, representada pela figura divina. Observamos um fervor religioso muito forte atualmente, especialmente marcado pelo avanço de fundamentalismos religiosos, bem como das novas diversas experiências reigiosas que surgem a cada dia. A religião e religiosidade estão tão fortes quanto em tempos passados, salvaguardadas algumas distinções das vivências religiosas de hoje, que representam significativamente a força da religião mesmo com o advento e todo crescimento da ciência e tecnologia, tal como observado por Nietzsche e que o levou a proclamar metaforicamente a “morte de Deus”. Assim sendo, defendemos que a religião e Deus, não tiveram o seu fim e morte, e sim, houve uma ressignificação de Deus, que deixou de ser fundamento último de todas as coisas e foi ressignificado.
Palavras-chave: Nietzsche. Morte de Deus. Religião.