Foucault, leitor de Nietzsche: A genealogia e o sentido histórico em curso ministrado na universidade de Vincennes (1969–1970)
DOI:
https://doi.org/10.20911/25260782v10n1p158/2025Resumo
Em maio de 2024, publicou-se mais um volume de inéditos de Michel Foucault (1926–1984) até então muito aguardado: trata-se dos cursos e de alguns manuscritos inéditos nos quais o filósofo francês se debruça sobre a obra de Friedrich Nietzsche (1844–1900). Conforme Foucault afirmou em entrevista ao final de sua vida, o autor de Zaratustra e Martin Heidegger (1889–1976) foram os filósofos que ele mais leu, mas sobre os quais pouco escreveu. Isto posto, à luz desse material recém-publicado, o presente artigo objetiva demonstrar os principais aspectos da leitura que Foucault faz da filosofia nietzschiana em seu curso dado na Universidade de Vincennes, no qual aborda principalmente a questão da genealogia — no que concerne seu conceito e seu método — e do sentido histórico. Para tanto, adotar-se-á uma análise histórico-filológica, tal como pressupõem Colli e Montinari, a fim de demonstrarmos o modo que Foucault procede para uma leitura mais precisa e sistemática da genealogia de Nietzsche.
Palavras-chave: Friedrich Nietzsche. Michel Foucault. Genealogia. Sentido histórico.