ADMIRAÇÃO DIANTE DA BELEZA NATURAL COMO UMA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA
DOI:
https://doi.org/10.20911/21769389v50n158p423/2023Resumo
Neste artigo, discutimos um argumento abdutivo para a existência de Deus a partir da experiência de maravilhamento diante da beleza natural. Se a criação divina é uma explicação viável para o motivo pelo qual experimentamos maravilhamento diante da beleza natural, e não há uma explicação naturalista satisfatória para as origens de tais experiências, então temos evidência derrotável de que Deus existe. Para avaliar a plausibilidade do argumento, avaliamos os méritos dos dois principais quadros teóricos teocêntricos que podem ser mobilizados para responder à pergunta sobre por que os seres humanos experimentam maravilhamento diante da beleza natural: (1) considerar a experiência da beleza natural como resultante das intenções de projeto de Deus e (2) conceber as experiências de beleza natural como experiências religiosas em si. Argumentamos que a presença de conteúdo fenomenológico cuja granularidade excede nossas capacidades descritivas e conceituais é mais bem explicada pela última hipótese: experimentar a beleza natural equivale a experimentar atributos divinos. Concluímos que a premissa teológica do argumento é plausível e, tendo argumentado previamente a favor da premissa empírica (Porcher & De Luca-Noronha, 2021), concluímos que o maravilhamento diante da beleza natural é mais bem explicado pela existência de Deus.
Palavras-chave: Maravilhamento. Beleza Natural. Experiência Religiosa. Beleza Divina. Deus.