Nietzsche e Freud: Aproximações a partir da estética e filosofia do trágico

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DOI:

https://doi.org/10.20911/25260782v10n1p48/2025

Resumo

O trágico como movimento estético moderno teve suas raízes na Alemanha do século XIX, impulsionado pelos autores do romantismo alemão. Após uma série de desenvolvimentos e elaborações, os autores do Sturm und Drang, movimento artístico literário traduzido como “ímpeto e tempestade”, resgataram a tragédia grega como movimento estético e provocaram, segundo Isaiah Berlin (2022), uma revolução sem precedentes no pensamento ocidental. Nietzsche afirma ser o primeiro filósofo trágico e inaugura, com sua filosofia, uma nova maneira de pensar o homem a partir da crítica ao idealismo alemão. O trágico, enquanto campo marcado pela dialética e contradição, anuncia a modernidade e imprime uma nova concepção de homem, pautada pela insolúvel dissonância que lhe habita. Freud faz dessa contradição seu campo teórico, ao afirmar que “o eu não é senhor em sua morada” ([1917] 1944, p.295) e funda a psicanálise como práxis clínica teorizada. O objetivo deste trabalho é investigar as possíveis aproximações e articulações entre os dois autores e suas contribuições para o pensamento moderno. A partir da análise de dois textos principais: “O nascimento da tragédia” (1872), de Nietzsche e “Das Unheimlich” (1919) de Freud, foi possível constatar aproximações relevantes entre a categoria estética do estranho proposta pelo texto freudiano e a filosofia do trágico, no que Nietzsche postula ser a antítese do socratismo estético. A estranheza, como marca do trágico, abarca a dimensão do inconsciente e subverte a estética clássica da Grécia antiga.

Palavras-chave: Filosofia. Psicanálise. Trágico. Modernidade. Estética.

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Publicado

2025-09-24

Como Citar

Werneck, B. (2025). Nietzsche e Freud: Aproximações a partir da estética e filosofia do trágico. Annales Faje, 10(1), 48. https://doi.org/10.20911/25260782v10n1p48/2025